domingo, 5 de abril de 2009

Sugestões de filmes e livros literários



Aproveite este espaço para deixar sugestões de filmes e livros literários que, no seu entender, são úteis no debate de questões jurídicas. Se possível, justifique sua escolha, de modo a auxiliar-nos na realização da oficina na ABEDi.

A democracia deve ser conquistada com o seu exercício nos micro-ambientes e espaços. Contudo, a importância destes lugares micro não apenas se justifica na maior proximidade que deles estamos, mas também em razão de serem os locais em que o poder realmente é exercido (Foucault). Sendo assim, atue neste nosso micro, de modo a construirmos coletivamente opções interventivas artísticas no contexto jurídico.



sábado, 4 de abril de 2009

Democracia, Jurisdição e Cinema - Sombras de Goya

A oficina Democracia, Jurisdição e Cinema, intitulada “Da 'perfumaria' da democracia e jurisdição modernas à real 'fragrância' da (atu)ação jurídica polisingularizada. Possibilidades de problematização democrática do processo civil, utilizando recurso audiovisual como método pedagógico”, ocorrerá no dia 17/04, às 14hs, na ABEDi.
A proposta inicial de discussões foi projetada de acordo com a subdivisão abaixo. Serão quatro enfoques, cada um fundado em pelo menos um filme:

1. CONSTRUÇÕES MODERNAS E CONFORMAÇÃO NORMALIZADORA: democracia e direito entre o mosaico e a pirâmide
1.1 Os contornos piramidais e a fundamentação político-religiosa da jurisdição moderna - Sombras de Goya
1.2 Autonomia jurídica ausente e "funcionalização" do processo: a jurisdição neoliberal forjada no resquício das essências - Perfume

2. RECONSTRUÇÃO CONTEMPORÂNEA E RECONFORMAÇÃO POLISSINGULARIZADA: rizoma democrático e rede jurisdicional
2.1 Mecanismos processuais em tempos de estresse: arremedos formais de democracia participativa – Crash: no limite
2.2 Desafios futuros: abertura à democratização substancial e retomada do poder pela jurisdição pós-burocrática - Menina de ouro


As discussões se iniciarão com Sombras de Goya, filme que retrata as influências da Igreja numa determinada época histórica (século XVIII) e, por conseqüência, na sociedade e homens modernos, bem como na configuração do direito atualmente vigente.
Por outro lado, o filme também retrata a preocupação desta oficina com a desconstrução de imagens oficiais, tal como refere Fábio Andrade na Revista Cinética (ver abaixo), o que, no caso da oficina, se processa tanto em termos de metodologia, como quanto à interpretação dada às instituições democráticas e jurisdicionais.
Veja fragmento do comentário de Fábio Andrade acerca do filme Sombra de Goya:
“No início do filme, após ver seu retrato pintado por Goya, o padre Lorenzo diz que, se cruzasse com aquele homem na rua, não o reconheceria. Mais tarde, o retrato da rainha – que o pintor considera belíssimo – não receberá mais que um silêncio de desaprovação de sua modelo. É essa ambigüidade e essa problematização da imagem que interessam Forman em Sombras de Goya. Se pensarmos em seu projeto de cinema, a preocupação é coerente: o que fariam filmes como O Mundo de Andy, Amadeus, Hair ou O Povo Contra Larry Flint que não problematizar, a todo momento, a imagem oficial cristalizada pela História?
Esse auto-questionamento, porém, passa longe de penitência. Pois se Forman é tomado pela necessidade de pôr em dúvida uma certa iconografia histórica, é por acreditar nas possibilidades eliminadas no extra-campo do tempo (pois o extra-campo assimilado traz, consigo, um fora-de-campo marginalizado até mesmo desse extra-campo). Não é à toa que, para falar disso, faça-se olhos de um criador de imagens como Goya, sem nunca mimetizar suas pinceladas com a câmera. Os interesses, aqui, são outros. As imagens – potência bruta e selvagem de significados – são destruidoras, sim. São capazes de determinar líderes e seguidores, vitoriosos e fracassados. Mas são, também, capazes de rearranjar conservadores e libertários, belos e feios, vivos e mortos. São capazes de, como por milagre, fazer reviver Inês em sua filha (também interpretada por Natalie Portman), para que a força da beleza da musa possa, mais uma vez, deleitar os olhos de quem a eternizou.”

Para acessar o texto completo: http://www.revistacinetica.com.br/goyasghosts.htm

domingo, 29 de março de 2009

Oficina Democracia, Jurisdição e Cinema

A preocupação em aproximar as ciências sociais, de um modo geral, e o direito em específico, de uma metodologia mais apropriada ao seu objeto de estudo exige que se mantenha atento à realidade. Desse modo, nada melhor do que sensibilizar, através dos ‘olhos do cinema’, os discentes embrutecidos pela metodologia tradicional do ensino jurídico realizado em quatro paredes com folhas de manuais e quadros com giz apáticos - sem ação. É necessário ir à vida sendo testemunha dos fatos sociais!
Em sendo a realidade nada mais do que as perspectivas singularizadas, útil e promissor pode ser o uso dos filmes, responsáveis por uma leitura, a qual, apesar de também estar submetida às interpretações individuais, publiciza e coletiviza algumas noções e críticas acerca da convivência e do contexto humano.
O cinema, portanto, aparece como instrumento capaz de fazer emergir a contraposição entre duas realidades: a realidade dos ‘perfumes’ e a das ‘perfumarias’, em analogia ao filme Perfume. Por um lado, há a realidade da contemporaneidade, no sentido de humana, complexa e contingente (composta por odores/perfumes de todas as espécies) e, por outro, a realidade fictícia e muitas vezes utópica da modernidade, caracterizada sobremodo pelo mundo das idéias platônico e por todo o conjunto de metafísicas que lhe seguiu (perfumaria) e que influíram e continuam influindo na conformação dos modelos democráticos e jurisdicionais.
Com efeito, o presente projeto busca discutir a remodelação do ensino do direito através de obras cinematográficas, utilizando-as enquanto recursos pedagógicos para a percepção da questão democrática, do humano/desumano e da jurisdição, questões estas que, também, necessariamente acabarão por serem objeto de remodelagem.
Acesse o projeto completo da oficina:

sábado, 28 de março de 2009

Oficina Direito, Literatura e Cosmopolitismo


A oficina Direito Literatura e Cosmopolitismo busca a compreensão da literatura universalizada (que compartilhe o sentir de toda a humanidade) como forma de despertar a percepção do cosmopolitismo inevitável ao Direito do século XXI.
Os objetivos primários da oficina são:
Compreender o conceito de universalidade aplicado às obras literárias em questão;
Refletir a composição das paisagens jurídicas nacionais e internacionais, desfiguradas ou enriquecidas pelo processo de globalização econômica e pela universalização dos direitos humanos;
Conjeturar sobre a dicotomia teoria e prática, discurso e ação no ensino do direito sob o viés da transdisciplinariedade utilizando da literatura como forma de estimular o senso crítico dos alunos;
Desenvolver, ao final do atelier, pesquisa sob a ótica de um novo contexto do Direito com o uso da Literatura na concepção de um Direito Comum para a Humanidade, que possa fomentar estudos críticos e independentes, para inclusão de painel na programação do Encontro da ABEDI de 2010.
Assim, lanço um primeiro questionamento:
De que maneira podemos aplicar, no ensino do direito, enfoques não-estatalistas (cosmopolíticos) do Direito, e romper, com as compartimentalizações entre teoria/prática e internacional/interno, na trilha da universalização dos direitos humanos, sob o emblema da busca de um direito comum da humanidade?